...e que tal convidarem a vossa mãe para o lanche e a uma visita ao Convento de Mafra? Já imaginaram o brilharete se fossem vocês os guias da visita?
Mais umas dicas sobre a obra que foi o orgulho de D. João V
Podem começar por falar que durante o longo reinado do monarca (1706-1750) podemos falar de um estilo joanino (João - joanino...'ta-se mesmo a ver!), que emerge da superação da crise da Restauração (pois, hoje deve dar voltas no túmulo, por causa da invasão espanhola através das zaras e dos santanderes), durante a qual se acentuara o nosso isolamento cultural e ao enriquecimento geral do país sob os auspícios da mineração brasileira. No complexo de Mafra conseguimos sentir o poder de D. João V, bem como a sua necessidade de marcar esse mesmo poder...mas apesar de tudo é sempre um poder que está abaixo do poder divino, isto porque a fundação da que seria a maior construção deste período e sua obra de referência tem como mote a dificuldade da rainha em receber prendas no dia da mãe, isto é, em procriar. D. João V vai seguir o conselho de Frei António de São José, frade da Ordem dos Arrábidos, de prometer construir um convento dedicado a Santo António se nascesse um rebento. E não é que nasceu mesmo (1711) uma infanta de seu nome D. Maria Bárbara (as mães gostam destes pormenores!)
Já sabemos que este complexo articula um palácio, uma igreja e uma parte conventual, revelando mais uma vez a aliança entre o poder real e o poder religioso.
Vamos entrar na igreja: atravessemos a galilé, deleitando-nos com um verdadeiro repositório da escultura italiana da época, para entrar propriamente na vasta construção que é a igreja. Vamos percorrer os 35m de comprimento desta igreja de cruz latina. Reparem na nave. Predomina a ordem coríntia e apesar dos elementos decorativos alternarem com vastas superfícies de mármore a decoração não anula a estrutura arquitectónica como seria de esperar no período barroco. Lateralmente encontram capelas comunicantes que convidam ao recolhimento numa oração individual. Se o dia estiver solarengo reparem na luz que brota das amplas janelas e da cúpula, uma luz que vai fazer o mármore ganhar vida nos constraste do claro/escuro. Ainda envoltos na ambiência barroca, percorram agora as dependências da igreja onde encontram a sacristia e várias capelas e cheguem à Sala do Capítulo. É considerada como um dos mais importantes exemplos da arquitectura barroca em Portugal e prova uma vontade em acompanhar as inovações estéticas europeias, muito embora não tenha tido grande eco, uma vez que só no Porto, na Torre do Clérigos voltaremos a ter este arrojo na planta. Estamos perante a planta elíptica e desta forma um espaço diferente se mostra perante os nossos olhos. (reparem que em vez de mármores temos estuques)
Há muito mais para dizer, mas acredito que quando fizerem de "guias turísticos" às mães se vão lembrar de tudo o que aprenderam. Lembrem-se que o mais importante é sentir a experiência dos lugares ...oiçam o que aquele espaço vos tem para dizer.
Bom Domingo
(em 1747 chegou a Portugal Alessandro Giusti, escultor italiano, que trabalhando em Mafra irá influenciar a estética nacional formando nomes com Machado de Castro)
2 comentários:
E o belo do nosso Benfica lá ganhou mas porque amanhã é o dia da mãe e o Micolli não quis dar uma desfeita à mãe. Aiaiai estamos feitos com o nosso Benfica, mas como digo sempre muda-se de carro, de mulher, de homem, de casa, de tudo mas não se muda de clube...
Beijinhos
Ps: Em Itália o Gótico foi quase inexistente (não vi nada que fosse de tal estilo)o Barroco foi o único estilo do qual consegui ver. Por isso no trabalho as fotografias vão ser só estilo Barroco e algumas vezes Romântico.
é verdade Amélie...é o que dá ter um engenheiro à frente da equipa!
estou ansiosa por ver o vosso trabalho
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