sábado, 12 de abril de 2008

O magnifíco


Em português João é nome com "obra"...tivemos o I (o mestre de Avis) o II dos Descobrimentos... e temos um Sousa que tem dado que falar no EstorilOpen. Mas não é desse que vamos falar hoje.
Já nos apercebemos que o contexto, seja ele político, religioso ou geográfico é muito importante para os fenómenos artísticos (e não só). O barroco francês tem a marca de Luís XIV, o barroco italiano tem a marca da igreja católica (do Papa Sisto V a Urbano VIII), o barroco na Holanda independente da Espanha é a afirmação orgulhosa de uma monarquia constitucional de carácter burguês, a Inglaterra oscila entre a monarquia de Carlos I, que será decapitado dando origem a uma república de curta duração... assim ia a Europa no período barrroco. E Portugal? Portugal depois de uma apatia cultural resultante da dependência espanhola, lá arranja forças para reclamar independência - a restauração em 1640. Com tranquilidade (mas ainda sem Paulo Bento) em 1706 sob ao trono um rei que soube agarrar a oportunidade que a descoberta e exploração das minas de ouro no Brasil lhe proporcionou. Podia ter trazido telenovelas ou jogadores de futebol, mas trouxe OURO...o que no século XVIII era capaz de dar mais jeito! Falamos de D. João V, o magnífico, o rei que se destaca dos demais pelo mecenatismo. Este rei vai não só encomendar obras de arte aos principais centros europeus de produção artística, como também vai criar, em Roma no ano de 1720 pela mão do embaixador Marquês de Fontes, uma Academia Portuguesa. Os artistas portugueses rumam a Itália não só para ter contacto com os mestres, adquirindo dessa forma a formação, como também para observar a produção artística de outros tempos. (não há nada que substitua a experiência dos lugares...e das obras em contexto)
Livres de espanhóis e holandeses, viveram-se em Portugal tempos de intensa actividade mecenática graças ao período de pujança económica, onde não se falava em crise e dos "pobrezinhos" era o reino dos céus! (sim, claro, Portugal vai ser um aliado de Roma Pontifícia)

D. João V colocou novamente o nome de Portugal no mapa da Europa e do mundo. Depois vêm o D. José (não, ainda não é o Mourinho) um Marquês e um Terramoto... e lá voltamos a estar nas bocas do mundo. (mas isto é matéria do 12º).

5 comentários:

Troca Letras disse...

Depois da ajuda de muitos Blologres já está disponível a lista para escolhermos os melhores da Musica Portuguesa no Blog Troca Letras

Natty disse...

Trailer do filme "O Grande Silêncio" que lhe falei na aula
http://www.youtube.com/watch?v=sgNj2Sf_mgo&feature=related

Sofia

Anônimo disse...

Stora,
No trabalho da Gulbenkian, quanto aos elemetos formais, o que é que a professora quer dizer com "Como é conseguida a unidade na diversidade?"

Mafalda
11ºG

Ana Castanheira Martins disse...

Obrigada Sofia. Mafalda "unidade na diversidade" é um "jargão" muito utilizado em Artes Plásticas, e quer dizer que apesar de uma composição ser constituída por elementos formais, cromáticos, estruturais muito diferentes, eles conseguem uma coerência formal que tornam a obra...uma obra de arte!
Pensemos no cozido à portuguesa: apesar de ser constituído por chouriços, farinheiras, carnes, couves, batatas, arroz...tudo bem misturado, com a sábia arte culinária portuguesa, se transforma num "petisco" único! Isto é unidade culinária na diversidade de alimentos e condimentos!
;)

Anônimo disse...

Sra Professora qual o nome do artista deste quadro? o título presumo que seja D. João V...
*
Sofia