quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

GÓTICO vs RENASCIMENTO

Aqui deixo um texto, dramatizado em aula (11ºJ) Parabéns aos autores ;)
O Eclipse Solar

[Narrador] – São aproximadamente duas horas da tarde. Um grupo de homens passeia na rua quando, de repente, começa a escurecer até ficar totalmente escuro.

B – (a apontar para cima, admirada e curiosa) Olhai o céu. Está a escurecer.
Mi – (também admirada e curiosa) É o Sol?! (pequena pausa) Que se passará com o Sol?
Ma – (assertiva) Algo está a cobri-lo, tal como nos dias chuvosos.
B – (ar pensativo) O que será? Nuvens? Estrelas?
Mi – (assertiva) Temos de averiguar.
As personagens tiram alguns instrumentos e começam a fazer cálculos sobre o acontecimento.

[Narrador] – Enquanto este grupo pesquisa a razão de tal acontecimento, chega outro grupo de homens apavorados, amedrontados.

S - (ajoelha-se e olhando para o céu benze-se e dizendo) Oh meu Deus! (levanta-se e virando-se para os outros, diz) Estamos a ser castigados pelo Senhor. Ai de nós…
J – (pressagiando) A escuridão abateu-se sobre a terra! O reinado de tormentos de Lúcifer está a chegar!
R – Temos de ter paciência, enfrentar este castigo, e ter fé acima de tudo, pois se Nosso Senhor assim o decidiu, é porque o merecemos. O Nosso Pai quer pôr-nos à prova para ver quem é capaz de ultrapassar este obstáculo. Fé acima de tudo.

Este grupo aproxima-se do outro grupo de homens e dirigi-lhes a palavra.

S, J, R – (voz alta) Cuidei os males desta escuridão, pois, nossos irmãos, isto, é um obstáculo que Deus quer que superemos.

Mi - (com um certo tom de contradição) Estais enganados, homens. (pequena pausa) Pois isto, não de um obstáculo divino se trata, mas sim de um fenómeno científico – algo obstrui o Sol.
B – Fizemos estudos e cálculos. Não gira o Sol nem a Lua à volta da Terra, mas gira a Lua à volta da Terra e Terra à volta do Sol. E, podemos provar o que dizemos! Se quiserdes até lhe posso mostrar.
Ma – E, neste momento, a Lua está entre o Sol e a Terra e estão alinhados de tal maneira, que a não conseguimos receber a luz emitida pelo Sol na Terra. Chamamos a isto, um eclipse.
J – (a gritar, indignado) O QUÊ?! BLASFÉMIA! BLASFÉMIA!
S – Bruxos! Não entendemos das vossas magias!
R – É preciso ter fé no Senhor!
B – Fé no Senhor, sim. Mas tendes de crer na Ciência e na razão. Pois tudo é explicável, se o estudarmos.
J – (a gritar, ainda mais indignado) O QUÊ?! BLASFÉMIA! BLASFÉMIA!
R – Loucos! Tento na língua! Continuam a lançar palavras sujas e sem sentido.
S – Arderão nas chamas do Inferno! PECADORES!
Mi – Acalmai-vos! Estais fora de si. Com a razão tudo pode ser explicado.
Ma – Deixai-nos explicar e demonstrar…deixai-nos falar.
J,R,S – (avançando com a cabeça) NUNCA!

R - (olhando para o céu) Senhor, nada disto é do nosso pensamento.
J – (chateado com tais palavras) Para a fogueira, para a fogueira. Queimemo-los antes que nos queimem a nós.
S,R – Sim!

Corre B, Mi e Ma, seguidos por J, S e R.

[Narrador] Mesmo depois de o eclipse ter acabado, a população ficou a achar que tinha sido um acto de magia negra e persegue-os. Os pensadores renascentistas são depois interrogados pela Inquisição porque continuaram a defender as suas ideias e a teoria heliocêntrica, sendo condenados à morte na fogueira. As outras personagens assistem à condenação na praça pública. E antes do fogo ser ateado, proferem:

J – Que queimem eternamente nas chamas do Inferno! PECADORES!
R – Bruxos! Feiticeiros!

2 comentários:

Anônimo disse...

É um trabalho de intressante qualidade acho que é coisa para os alunos receberem assim pelomenos um 18 ou coisa parecida ...

Ana Castanheira Martins disse...

Sim, acho que andam por aí ;)