Se fosse tão simples enquadrar a arte contemporânea como é a arte do passado... Se calhar por estarmos tão próximos do nosso tempo, se calhar porque vivemos numa sequência de crises socioculturais, se calhar porque tomamos consciência das multiculturalidades, se calhar porque a arte contemporânea se reveste de características muito específicas que não se prendem apenas com o tipo de material usado... Por tantos outros factores.
Mas este post é para uma antiga aluna (que agora está a braços com o 12º ano, a PAA...)e tinha uma dúvida em relação ao Pollock, ao Dubuffet e a outro Jean que, presumo, seja o Jean Fautrier. Todos inseridos no grande "bolo" que é o Informalismo definido como "toda a pintura que se servia da cor o menos possível contida em esquemas, diafragmas ou limites compositivos e que, nesse sentido abrangia quase todo o abstraccionismo que não fosse geométrico ou construtivista"...isto nas palavras de G. Dorfles nos anos 70. Mas o Informalismo pertence a um outro grande "bolo", aqui entendido como uma família morfológica -a Linha da Expressão. Assim a Linha da Expressão compreende a Arte Nova, o Expressionismo, o Futurismo, o Abstraccionismo Expressionista, a Action Painting, a Body Art, o Informalismo e algumas presonalidades isoladas como o Jean Dubuffet, Egon Schiele, Rouault, Giacometti, Modigliani, de Kooning ,Francis Bacon...
Dentro do Informalismo temos várias correntes e em relação a Dubuffet e Fautrier temos em evidência uma corrente com base na pintura matérica (quando Dubuffet não revela vestígios figurativos) que recupera o organicismo que liga o artista ou o fruidor à obra sem que existam mediações naturalistas (os tais vestígios figurativos). Quanto ao Pollock, é evidente a corrente da pintura de acção ligada aos movimentos do corpo e da mão. Ambas as correntes repousam no abstraccionismo, que resulta do prazer da pintura...de cobrir de matéria pictórica grandes superfícies utilizando paara tal uma variedade quase infinita de técnicas...A pintura informalista é uma pintura sem assunto, sem referência às grandes ideias que fizeram história no passado, sem os clássicos ideais de beleza, sem a geometria, onde o importante não é o comunicar como os expressionistas com os impulsos da alma ou gritos de dor, mas sim a valorização das relações com a matéria e a acção de fazer.
No caso de Fautrier, pode ser considerado o "pai" da pintura matérica...
As outras grandes famílias morfológicas da arte contemporânea são: A Linha da Formatividade, a Linha da Arte Social, a Linha do Onírico, a linha da Arte Útil e a Linha da Redução.
4 comentários:
Obrigada stôra, ando aqui às voltas com esta matéria mas já me ajudou :)
Ana
(ex 11ºI)
olá stôra sou a Marta P.do 11º G
Para o trabalho de Gestão das Artes temos de dizer a que vertente da arte contemporânea pertence o artista que escolhemos. O meu é Bill Viola e a sua carreira começa nos anos 70 e prolonga-se até agora...a que vertente pertence?
Olá Marta, escolheu cá uma "prenda". O Bill Viola começa realmente a trabalhar em vídeo nos anos '70 onde vai fazer também incursões na música experiemental e no budismo zen...e vai ser no Japão que o senhor vai desenvolver o interesse pelas questões espirituais...não é um abstracionista, podemos ligá-lo talvez um pouco na linha da expressão mas que se serve das novas tecnologias para fazer passar as mensagens de mortalidade, espiritualidade...para mim é "visceral" demais. Vi, há uns bons anos, o video que está na Tate Modern e não me fez sentir lá muito bem...
amanhã podemos falar mais sobre ele na aula...e fazer revisões para o teste ;)
Eu vi o filme que retratava a vida e a obra do Pollock
E gosto do que ele faz e do seu trabalho
Eu não sou muito ligado a artes mas sei falar do meu gosto
E gosto do trabalho dele
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