segunda-feira, 30 de abril de 2007

mais uma informação!

•O reinado de D. João V,que ficou conhecido como o Magnânimo, caracterizou-se pelo exercício absolutista do poder monárquico, pois o soberano em nenhuma ocasião convocou as Cortes de Lisboa...ele nunca se enganava e raramente tinha dúvidas!
• João V nasceu em Lisboa em 22 de Outubro de 1689. Era filho de D. Pedro II e sua segunda mulher, Maria Sofia Isabel de Neuburg. Em 1708, 18 meses após assumir o trono, casou-se com a arquiduquesa Maria Ana de Áustria, filha do imperador Leopoldo I. (casamento político, como todos os da altura!)
•Inteligente e instruído, amante da matemática e da música, obstinado nas decisões, tomou por modelo Luís XIV e tornou-se soberano absoluto (como vimos pelo retrato, não era adepto dos collants). Estadista competente, cercou-se de ministros e diplomatas notáveis. A pedido do papa Clemente XI, autorizou a participação de navios portugueses na batalha de Matapan, contra os turcos. Por não reconhecer a nomeação do núncio de Lisboa pelo papa Bento XIII, rompeu relações com a Santa Sé, depois reatadas com o papa Clemente XII.
•Com o ouro do Brasil edificou o monumental conjunto de Mafra: basílica, palácio real e convento (que mais tarde será o mote para um prémio nobel...). Criou a biblioteca da Universidade de Coimbra e construiu o aqueduto das Águas Livres (que abasteceu Lisboa através de chafarizes).
Morreu em Lisboa, em 31 de julho de 1750, e foi sucedido pelo filho, D José.

aquel último slide que alguns não tiveram tempo de passar



•As cortes absolutistas eram espaços especialmente concebidos para a encenação do espectáculo do poder...Versalhes é um exemplo disso .
•Versalhes foi construído por Luís XIV para sua residência permanente (e dos seus sucessores) e foi usado como meio de ali permanecer cativa a nobreza, totalmente dependente do rei. Versalhes é, por tal, um mecanismo de controle.
•Versalhes é o símbolo do poder político e absoluto do Rei e do Estado.
•Versalhes é a imagem do absolutismo, que se afirma acima do poder da igreja, mas que utiliza as potencialidades teatrais do cerimonial religioso, em favor e proveito de uma imagem fortalecida do poder do Rei.

pequeno lembrete renascentista

Um professor de filosofia da nossa escola mandou-me um mail com esta "tentação tecnológica" e não resisto a tentar-vos também:

HAL9000, um grupo italiano especializado em restauro e preservação de obras de arte, colocou na Net uma gigantesca imagem de 8,6 gigapixels de um fresco italiano de 1513, existente na Igreja de Santa Maria delle Grazie, em Varalli Sesia, na Itália, da autoria de Gaudenzio Ferrarri, um dos grandes mestres do Renascimento. O grupo afirma ser a maior fotografia de alta resolução do mundo.
O resultado final é surpreendente. A possibilidade de ampliar a imagem até ao mínimo pormenor, leva o visitante a conhecer a obra de arte com um detalhe que, de outra forma, seria impossível. O Requiem de Mozart que acompanha a visualização da imagem torna a experiência ainda mais atraente.
http://haltadefinizione.deagostini.it/

quinta-feira, 26 de abril de 2007

pintura mistério


Ainda não estudámos a pintura mas não resisto a deixar-vos um doce

De quem é esta pintura? O seu autor é homem ou mulher? E em que época podemos enquadrá-la?

Palácio de Vaux-le-Comte

O Palácio de Vaux-le-Comte foi mandado construir por Nicolas Fouquet
que era Ministro das Finanças de Luis XIV...e que por acaso até era filho de François Fouquet que era o homem de confiança do Cardeal Richelieu para os negócios marítimos e comerciais (gerações no governo? afinal não é só agora!) Nicolas não teve tarefa fácil porque quando foi nomeado (1653) as finanças do estado não estavam de boa saúde (como as nossas!) Mas lá consegue encher os cofres do estado.
Em 1657 (mais minuto menos minuto) o nosso amigo Nicolas vai encomendar uma casita modesta a Le Vau e no dia da inauguração convida o próprio Luis XIV para a festa...imaginem como ficou o monarca ao constatar que o seu ministro tinha uma casita maior que a dele. Penso que não terá ficado muito satisfeito e se calhar o que se passou a seguir está de alguma forma ligado à dor de cotovelo do rei. Pensem um pouco: apesar de ser de famílias com tradições no governo o Nicolas ao mandar fazer o Palácio de Vaux-le-Comte vai evidenciar sinais exteriores de riqueza... e nem de propósito é também na altura que as finanças do estado começam a dar novos sinais de fragilidade. O rei não precisou de mais argumentos e manda prender o Nicolas, acusando-o de ser ele o responsável pelo descalabro nas finanças. Como se não bastasse ser preso ainda vai ver os seus bens confiscados, e entre eles está naturalmente o Palácio. Uma trama bem urdida (ou não).
E o que isto interessa para a nossa história? bom, a verdade é que o Rei Sol vai contratar os artistas do Palácio de Vaux-le-Comte para fazer renascer Versailles!



Mais um site onde podem encontrar informação sobre Luis XIV
http://www.louis-xiv.de/index.php?t=start&a=start

segunda-feira, 23 de abril de 2007

ainda a viagem a Itália




Mais umas ideias para as meninas que vão até Itália...
Em Bari, não se esqueçam da basílica de San Nicola (1ª foto)...depois quando forem a Pompeia, era interessante fazerem a Costa Amalfitana (é mais fama que outra coisa, mas já que lá estão...) e antes de entrarem em Pompeia verem o Vesúvio (foto2) e depois seguirem pela costa até Nápoles...em Nápoles cuidado com a mafia. Provavelmente vão levar-vos ao Museu Arqueológico e ao museo di Capodimonte (aproveitem para ver obras de Ticiano, Botticelli, Perugino, Rafael, ...). Em Roma peçam para ver o Barroco e provavelmente irão levar-vos a ver a Fontana de Trevi (pormenor na foto3). Mas se vos quiserem levar a ver o Renascimento aceitem de boa vontade e peçam para ir ver o Moisés de Miguel Ângelo (está na igreja de S. Pedro in Vincoli)...
Se for possível, é interessante visitar a zona que tem mais influências portuguesas em Roma. A igreja São Lourenzo in Lucina, na homónima praça, tem a capela de Nossa Senhora da Anunciação, mandada construir entre 1660-64, pelo português Gabriel da Fonseca, que foi médico pessoal do Papa Inocêncio X. Este português vai contratar nada mais nada menos que o famoso Bernini para esculpir um dos quatro bustos que estão na capela. Dos quatro bustos, o da esquerda é o de Bernini e representa o comitente em oração...reparem no tratamento dados às "carnes" e aos tecidos, é fabuloso!
Quanto a Crotone (Kroton) não conheço e como já repararam é-me difícil falar de coisas que não sinto. Mas a informação que tenho (e só para vocês não fazerem má figura) diz-me que (e passo a citar, de um guia de viagens do século passado) " Em cerca de 540 a.c. Crotone tornou-se o centro de difusão da filosofia de Pitágoras, onde o grande pensador e matemático permaneceu durante cerca de trinta anos até ser expulso" e na net encontrei esta página http://www.italianvisits.com/calabria/crotone/index.htm
espero que vos possa ser útil.
Boa viagem e mais do que tentar identificar e catalogar tudo devem sentir a experiência dos lugares.
P.S. no sul de Itália comi um doce chamado Cannoli (acho que se escreve desta forma) são canudos de "bolacha" com recheio de natas ou chocolate - altamente calórico! mas divinal!

Fischer von Erlach



Como já vimos, o Barroco, não fica circunscrito a Roma (ou a Itália), ele expande-se pela Europa e em Viena vamos ter um excelente exemplo com a igreja de S. Carlo Borromeo, (1761) de Fischer von Erlach.

Numa planta elíptica, o arquitecto combinou a fachada e a cúpula de Santa Inês de Borromini com o pórtico do Panteão e um par de colunas semelhantes à de Trajano, em vez de torres sineiras; criou, também, dois pavilhões laterais parecidos com os do pátio do Louvre (engenhoso, o moço...nada melhor que fazer um mix com aquilo que já antes tinha resultado, embora individualmente!) Reparem na planta...complexa, mas simétrica.

o último slide


Aqui ficam as informações constantes do último slide da última aula...para quem não passou!


•Fim da estaticidade
•Libertação espacial
•Constante busca da fantasia e do movimento, com a combinação e abundância de linhas opostas umas às outras
•Antítese entre os espaços interiores e exteriores (isto quer dizer que muitas vezes quando estamos no exterior de uma igreja barroca não podemos ter a certeza daquilo que vamos encontrar no seu interior...o barroco vai viver do efeito de surpresa, não é?)

•As plantas: nave única rectangular, elíptico-transversal ou elíptico-longitudinal (também há plantas poligonais)
•As paredes: adequadas ao desenho sinuoso da planta apresentam-se “ondulantes” (côncavas/convexas)
•As coberturas: abóbadas, cúpulas. (a representação do céu)
•Aliança arquitectura/pintura/escultura (a arte total)

quinta-feira, 19 de abril de 2007

provérbio chinês


A contemplação de Obras de Arte exige tempo. Tempo para que se estabeleça um diálogo entre as sensações (que por vezes são instantanêas) e a sua compreensão. A compreensão das Obras de Arte é sempre um processo lento e demorado... é um processo que pode começar nas aulas. A construção do conhecimento implica que vos diga um "milhão de coisas" sobre as obras, os seus autores, os enquadramentos no tempo e no espaço, as características formais que permitem o enquadramento em determinado estilo, mas depois há que sentir as obras...há um provérbio chinês que diz: o professor abre as portas mas tens que entrar sozinho.
Posso ensinar-vos a parte teórica, mas o resto está nas vossas mãos, ou melhor: no vosso sentir.
Ainda não terminámos a viagem do 11º ano, mas a sensação que tenho é que muitos de vós sentem o gótico, o renascimento e o barroco

visita de estudo a Itália




Este post é especialmente para as meninas que vão em visita de estudo a Itália, na próxima semana. Em Bari, apesar de não ser um local excepcional, podem visitar o castelo (foto2) onde podem ver uma exposição de moldes e fragmentos arquitectónicos de vários monumentos românicos da região (o românico, se estão lembrados, foi abordado no 10º ano...mas é sempre bom rever). Depois passem pela basílica de San Nicola ,uma das 1as igrejas normandas da região (do séc. XI) - podem fazer uma interpretação do portal uma vez que apresenta elementos românicos, bizantinos, mouriscos e clássicos. Vejam o Duomo, que também é românico (do séc. XII).
Quando forem a Pompeia (foto 1)...bom acho que o melhor é fruirem aquela cidade perdida no tempo. Já têm conhecimentos que vos permitem saber o que estão a ver, por isso tenham em atenção os pormenores, as subtilezas e deixem-se levar pelo olhar. Tentem "ouvir" os romanos do ano 79 (ano da erupção do Vesúvio). É natural que sintam um arrepio, ou um nó na garganta...é de facto um local onde podemos tocar o tempo. Se alguém vos falar de Torre Anunciata, "fujam" é o sítio mais feio onde alguma vez passei...é que enganei-me na saída da autoestrada e tive que atravessar aquela povoação! é assustador! argh!
e de Roma...vejam o Barroco
voltamos a conversar

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Roma Triumphans

Digam lá se não estavam com saudades de uma fotografia "piroquinha"? Aqui vos deixo a Basílica de S. Pedro "by night"(no link encontram a história da basílica...e sem fotografias pirosas!)
Mas assim talvez não se esqueçam do Barroco da Contra-Reforma, um barroco ao serviço da igreja católica, dirigido ao grande público e destinado a persuadir e a estimular emoções através dos movimentos curvilíneos, (reais ou não!), pela assimetria, pelos jogos de claro-escuro, luz -sombra...longe do racionalismo, a emoção, os afectos e o misticismo comandam.

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Barroco: onde o parecer é mais importante que o ser...


Entre o Barroco e o Classicismo francês encontramos Palácio de Versailles, expressão de um regime absolutista que tem como referência Luís XIV (o rei sol). No tempo de Luís XIII, o palácio era apenas um pavilhão de caça, no meio da floresta e só com Luís XIV é que tomou a forma que tem hoje. O arquitecto Le Vau encarregou-se das fachadas e respectiva decoração, Le Brun (que era pintor) coordenou os programas de pintura e decoração de interior, Hardouin-Mansart tratou da planta e do alçado e Le Nôtre desenhou os jardins... e o palácio assumiu proporções gigantescas. A propósito, sabem quantos habitantes tinha o palácio em 1744?

O palácio de Versailles deve ser olhado como um espectáculo, um gigantesco palco, onde tudo converge para a glória do rei: arquitectura, pintura, escultura, ornamentação, mobiliário, jardins e a população que o serviu.


Lembram-se da história (que li na aula) sobre o olhar do francês do século XXI sobre os diferentes barrocos? No barroco francês transparece a corte, símbolo do poder real, que exibe luxo e pompa de uma nobreza parasita (sim, é verdade, trabalhar não era propriamente um hábito). Ora, uma nobreza sem qualquer profissão (o tempo das cruzadas já lá vai), tem que ser entretida (até para não pensar e criar problemas ao rei...) com muitas festas, bailes galantes, cerimónias faustosas, caçadas, esplendorosos jogos, representações teatrais e ballets, coloridos torneios e sessões de leituras... pouco profundas e pouco críticas!

Imaginem o cenário: homens de cabeleiras emproadas ( e empoadas...de pó-de-arroz), vestidos de sedas com laços, lacinhos e laçarotes, adornos de ouro e prata, com diamantes a fazer de botões (argh!)...sapatos de salto alto com fivelas...

recomeçando...



De volta à história da cultura e das artes para começarmos a compreender o período que medeia entre 1618 e 1715. Muitas coisas aconteceram neste século (ok, não é um século, é QUASE um século). A guerra dos 30 anos (esta tem mesmo trinta anos - 1618-48) , mais um surto de peste, fome e revoltas populares, perseguições levadas a cabo pela inquisição, instauração de regimes absolutistas,...enfim, não deve ter sido um tempo fácil. Mas, apesar da conjuntura, este tempo conturbado revela-nos algumas personalidades que nos fazem acreditar que o espírito humano (às vezes) nos consegue surpreender: Galileo Galilei, Isaac Newton, René Descartes, Harvey, Leibniz, Espinosa, Moliére, Monteverdi, Haendel, Bach, Lully...e nas artes plásticas: Caravaggio, Carracci, Zurbaran, Van Dick, Rubens, Rembrandt, Velásquez, Veermer, Bernini, Borromini, Carlo Maderno, Le Vau e Le Notre...Assustados com tanto nome? Eu avisei, que isto só tendia a piorar!

quem disse:

domingo, 1 de abril de 2007

Exposições

Só para vos lembrar que há umas exposições que deviam ver estas férias:
O Brilho das Imagens, no MNAA (é grátis aos domingos de manhã)
Arpad Szenes: obras da Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, na Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva (é grátis à segunda-feira)
Entre a Palavra e a Imagem, no Museu da Cidade (é sempre grátis)


Boa pausa pedagógica ;)