quarta-feira, 18 de março de 2020

E um dia acordámos e o mundo estava diferente.

E um dia acordámos e o mundo estava diferente.
Um inimigo que não vemos foi capaz de nos tirar a brisa da manhã, o beijo quente de bons dias, o abraço doce do fim da tarde.

O barulho da rua diminuiu, deixando ouvir os melros e os outros passaritos. Lembrei-me então das obras de Sophie Matisse (sim, a neta de Henri Matisse) expostas em 2002 em NY. Nas telas, todas as pessoas e animais foram removidos deixando apenas os espaços vazios. Reparem nesta versão de Las Meninas(1656) de Velasquez. Ouve-se o eco dos espaços vazios. A amplidão do espaço permite que o nosso olhar se conduza pelas linhas de fuga até ao infinito. Em 2002 estávamos tão longe e a criatividade de Sophie deixáva-nos um sorriso no rosto e pouca preocupação na alma.

Hoje o silêncio e o vazio tomam conta das ruas e fecham-nos em casa.


Estamos (quase) todos a trabalhar a partir de casa. A comunicação é imprescindível e pensei em reabilitar este blog que estava adormecido há anos. Se ele for útil aos meus alunos já cumpre a sua função.

Fiquem bem, fiquem em casa
#euficoemcasa

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